A Lagoa do Portinho, em Parnaíba, já foi um dos cartões
postais do estado e um dos pontos turísticos mais frequentados do Piauí, mas
hoje não passa de um local abandonado e o retrato do descaso com o potencial
turístico e a natureza. Conhecido pelas dunas que cercavam a lagoa de cor
azul intenso, tem em seu cenário a seca e a solidão como marcas na atualidade.
Quem vai ao local, logo se depara com uma duna que se formou
na via que leva ao que restou da lagoa. O único comerciante que insiste ficar
ali teve que arcar com a construção de um desvio no terreno ao lado para que os
visitantes tivessem acesso.
“Fiquei decepcionada, vim aqui há muitos anos e esse lugar
era lindo. Voltei aqui com minha irmã e um sobrinho, mas não estou
acreditando no que estou vendo”, disse uma turista da Bahia, que levou um susto
ao ver a pista bloqueada pela areia.
A lagoa secou mesmo. O mato cresce timidamente ao
redor, os estabelecimentos comerciais foram abandonados e alguns animais pastam
no local. A areia faz partes de todos os ambientes que restaram e a sensação é
de estar numa cidade fantasma. É assustador.
O único comerciante do local mantém com dificuldade o
restaurante e os chalés que recebe infinitamente menos visitantes do que nos
anos anteriores. Os que se interessam pelo local, se contentam com uma pequena
piscina.
O resultado do que hoje é a Lagoa do Portinho é fruto de
muita falta de interesse do poder público, seja ele a nível estadual
e municipal. As secretarias estaduais de Turismo e Meio Ambiente pouco se
preocupam em resolver a situação. O prefeito de Parnaíba, Florentino Neto (PT),
o secretário estadual de Turismo, Flávio Nogueira Jr., e o secretário estadual
de Meio Ambiente, Ziza Carvalho, já deveriam ter apresentando um plano para
reverter este caos. (Por Jhone Sousa e Carlos Eugênio/180gruas).
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