Arqueóloga Niède Guidón (Imagem: Divulgação). |
Após anunciar a retirada de todos os 30 funcionários que ainda atuavam no Parque Nacional Serra da Capivara, a presidente da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), Niède Guidón, garantiu que o trabalho de pesquisa realizado pela instituição vai continuar, apesar das dificuldades financeiras. “Os trabalhos feitos pela fundação vão continuar, o que estamos deixando é a administração do Parque”, esclarece.
Considerado Patrimônio Mundial da Unesco, o Parque Nacional da Serra da Capivara, localizado no município piauiense de São Raimundo Nonato, está com atividades suspensas desde o início dessa semana, quando os últimos funcionários que ainda trabalhavam no local foram dispensados, por conta da falta de recursos para o pagamento. Com isso, todas as atividades de visitação estão suspensas, por tempo indeterminado.
Nos últimos meses, os repasses oriundos do governo federal e empresas privadas, praticamente, esgotaram, o que obrigou a administração do Parque a cortar gastos e demitir funcionários. A última esperança para a sobrevivência do trabalho era o cumprimento da decisão judicial que determinou a União repasse, de maneira emergencial, R$ 4.493.145 para que seja feita a manutenção e conservação do parque, o que não aconteceu em tempo hábil.
“É tudo uma questão de falta de recursos. O parque está sem ninguém, todos os funcionários foram demitidos. Devolvemos a gestão do Parque para o ICMBio, agora só resta esperar que tomem alguma providência”, pontou Niède, ao destacar que administração do local era realizada de maneira compartilhada entre Fumdham e ICMBio.
Por conta dos inúmeros impasses judiciais, nos últimos meses, os recursos deixaram de chegar às mãos dos administradores da Serra da Capivara. Niède Guidon chegou a utilizar recursos do próprio bolso, para pagar os funcionários do parque, nos últimos meses.
O Parque
Localizado em São Raimundo Nonato, a 530 km de Teresina, o Parque Nacional Serra da Capivara é um conjunto de chapadas e vales que abrigam sítios arqueológicos com pinturas e gravuras rupestres, além de outros vestígios do cotidiano do homem pré-histórico.
Parque Nacional Serra da Capivara. Área reúne uma das maiores concentrações de arte rupestre do mundo, no Piauí (Foto: Efrém Ribeiro). |
Os registros rupestres, pintados ou gravados sobre as paredes rochosas, são formas gráficas de comunicação utilizadas pelos grupos pré-históricos que habitaram a região do Parque. As representações abordam uma grande variedade de formas, cores e temas. Foram pintadas cenas de caça, sexo, guerra e diversos aspectos da vida cotidiana. O estudo desses registros possibilita o reconhecimento de temas recorrentes e a identificação de diferentes maneiras de
representá-los.
Por: Natanael Souza - Jornal O Dia
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