As obras de instalação da irrigação do Projeto Tabuleros Litorâneos, na cidade de Parnaíba localizada a 346 Km ao norte de Teresina, aparecem na relação das 38 obras ligadas a 35ª da Operação Lava Jato, que levou a prisão do ex-ministro dos Governos Lula e Dilma, Antonio Palocci. Os recursos aplicados na obras são objeto de investigação. A Policia Federal trabalha com a possibilidade que parte dos recursos da obra tenham sido usados para pagar vantagens indevidas a Antonio Palocci e outros denunciados nesta fase da operação.
As obras foram retomadas em 2013, com recursos na ordem de R$ 120 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento. Na época o Governo do Estado previu a conclusão da obra em 12 meses. No texto publicado pelo site UOL, não aparece qualquer citação de politico piauiense envolvido na denúncia e nem foi divulgado quando do valor total da obra foi desviado.
As obras de implantação da segunda etapa do perímetro irrigado Tabuleiros Litorâneos, em Parnaíba, foram retomadas a partir do contrato assinado entre o Governo do Estado ( na gestão Wilson Martins) e a empresa vencedora da concorrência pública em um consório Odebrecht e Queiroz Galvão. A imagem abaixo é de uma das páginas do relatório da Polícia Federal que trata da investigação (repordução UOL).
A Polícia Federal (PF) abriu na terça-feira (27) inquérito relacionado à 35ª fase da Operação Lava Jato, que prendeu o ex-ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff e ex-ministro da Fazenda no governo Lula, Antonio Palocci. O inquérito investiga contratos de obras realizadas pela empreiteira Odebrecht em que há suspeita de interferência do ex-ministro. A base da investigação é a planilha que revelou o Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – departamento cuja finalidade seria pagamento de propina a agentes políticos.
O inquérito vai investigar supostos crimes de corrupção ativa e passiva, quadrilha, lavagem de capitais e de fraude a licitações.
Além de Palocci, foram presos temporariamente na fase mais recente da Lava Jato o ex-secretário da Casa Civil Juscelino Antônio Dourado, e Branislav Kontic, que atuou como assessor do ex-ministro.
A chamada operação “Omertá”, em referência ao silêncio de mafiosos em autoproteção, deflagrada na segunda-feira (26), de acordo com a Força-Tarefa é “decorrência lógica” do aprofundamento das investigações da 23ª fase da Lava Jato, que revelou planilhas do Setor de Operações Estruturadas da empreiteira Odebrecht.
O delegado Filipe Hille Pace declarou na segunda que o objetivo desta etapa é embasar investigações, com apreensão de documentos, depoimentos e prisões.
A partir da análise de e-mails e anotações registradas em celulares apreendidos, a Força-tarefa afirma ter evidências de que o ex-ministro Antônio Palocci – com auxílio de seu assessor Branislav Kontic – atuou em favor dos interesses do Grupo Odebrecht, entre 2006 e o final de 2013, interferindo em decisões tomadas pelo governo federal.
“O fato da colaboradora Maria Lúcia Guimarães Tavares (ex-funcionária da Odebrecht ) foi a única que teve coragem de quebrar o silêncio que impera na Odebrecht”, disse o o delegado Filipe Hille Pace, em coletiva de imprensa na sede da Polícia Federal em Curitiba.
“Ela sabia apenas o codinome de feira atribuído ao casal (João Santana e Mônica Moura). Mas as informações que ela trouxe foram fundamentais”.
São investigados pagamentos feitos ao PT, por meio de depósitos pela Odebrecht intermediados por Antônio Palocci: R$ 33,3 milhões via offshores ao casal João Santana e Mônica Moura, além de R$ 10 milhões por meio da empresa Shelbil, R$ 44 milhões recebidos por Jucelino Dourado (ex-assessor de Palocci) e outros R$ 7 milhões em 2012.
Obras
São investigadas na Operação Omertà, 38 obras da empreiteira Odebrecht em todo o País e no exterior. O relatório do delegado federal Filipe Hille Pace relacionou os alvos da investigação (veja imagens abaixo). “Relaciono algumas das obras públicas e/ou consórcios e empresas indicadas no documento mencionado, repetindo que, por se tratarem de arquivos recuperados, estão parcialmente corrompidos, não sendo permitindo vincular diretamente as obras e/ou consórcios e empresas indicadas com os beneficiários encontrados e mencionados acima”, afirma.
Provas
Segundo os integrantes da força tarefa, o material analisado e que embasou a operação desta segunda-feira foi encontrado em outras fases da Operação, como por exemplo, uma planilha encontrada durante a fase Acarajé e outra encontrada no celular de Marcelo Odebrecht.
Segundo o MPF, os pagamentos feitos à conta eram constantes. “Existe um pagamento que é feito constantemente e que forma um caixa mesmo, uma poupança e de onde são depois, pelo gestor da conta, no caso o senhor Antônio Palocci, destinados aos pagamentos de interesse do partido”, disse a procuradora Laura Gonçalves.
Fonte: UOL