Tauane Morais foi morta pelo ex-namorado Vinícius Rodrigues de Sousa no DF (Foto: Arquivo pessoal) |
Ele é o autor da decisão que mandou soltar o suspeito, três dias antes do crime. Nesta quinta, após a morte de Tauane, a decisão sobre o novo flagrante voltou à mesa do magistrado.
"Por não termos 'bola de cristal', não temos como prever aqueles que realmente concretizarão as ameaças que fazem. Prender a todos, indistintamente, não parece ser o melhor caminho a seguir."
A afirmação do juiz foi feita nesta quinta-feira (7), durante a segunda audiência de custódia de Vinícius Rodrigues de Sousa. Ele já tinha sido preso no domingo (3) após agredir e tentar enforcar Tauane Morais, com quem tinha dois filhos e um relacionamento há quatro anos.
Mesmo com a prisão em flagrante durante a agressão, Vinícius foi liberado no dia seguinte – apenas com a restrição de não se aproximar da vítima. Apesar disso, nesta quarta (6), ele foi à casa da ex-namorada e a matou. Em seguida, tentou cometer suicídio.
Prisão preventiva
Dessa vez, a decisão de Aragonê Fernandes foi diferente. A prisão em flagrante foi convertida em preventiva – por tempo indeterminado. Após a tentativa de suicídio, Vinicius foi socorrido e internado no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), onde permanecia até as 18h desta quinta.
Como justificativa para conceder a liberdade provisória ao suspeito – o que culminou na morte de Tauane –, o magistrado afirmou que "infelizmente, todos os dias recebe um grande número de autuados envolvidos em crimes relacionados à Lei Maria da Penha".
Para Fernandes, "são comuns delitos de ameaça, de injúria e de lesões corporais". Após dizer, na primeira audiência, que a medida protetiva era "suficiente" para preservar a integridade física da vítima, o magistrado voltou atrás e reconheceu a ineficiência da medida.
"Ao contrário! Mesmo ciente da impossibilidade de procurar a vítima, ele retornou à residência e retirou a vida dela, tentando ainda suicídio."
Vinícius Rodrigues de Sousa quebrou os móveis da casa após agredir a ex-namorada, Tauane Morais, no DF (Foto: Polícia Civil/Divulgação ) |
Em depoimento à Polícia Civil, ainda no domingo (3), Tauane disse que já tinha sido agredida outras vezes pelo namorado, mas nunca denunciou. Ao G1, o delegado que investiga o caso, Eduardo Galvão, afirmou que o suspeito, que é do Piauí, não tinha passagens pela polícia no DF.
“Ela dizia que ele era muito ciumento, que vinha a agredindo a algum tempo, mas nunca falou nada. Foi aí que decidiu terminar o relacionamento.”
Galvão afirmou que os policiais que atenderam a mulher durante o fim de semana ofereceram proteção na Casa Abrigo, uma instituição do governo do DF, que acolhe mulheres vítimas de violência.
“Ela disse que tinha interesse na medida protetiva, mas não queria ir com os filhos para lá".
Do G1 - DF
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