Está confirmada para iniciar a partir da zero horas desta terça-feira (2) a greve dos profissionais de enfermagem do Piauí que atuam na rede estadual. O movimento acontece por tempo indeterminado e, segundo o sindicato que representa a categoria, deve contar com a adesão de 70% dos trabalhadores.
A partir das 7 horas da manhã desta terça, em frente à Maternidade Dona Evangelina Rosa, os profissionais realizarão um ato com o intuito de expor à sociedade as razões que motivaram a greve, bem como exigir uma resposta do governo às reivindicações da categoria.
Em Teresina, servidores dos hospitais Natan Portela, Getúlio Vargas, Lucídio Portella e Maternidade Evangelina Rosa confirmaram adesão à greve. No interior, enfermeiros de Floriano, Parnaíba e de Picos também confirmaram que irão aderir ao movimento paredista.
A presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí (Senatepi), Cleane Soares, explica que a principal reivindicação da categoria refere-se ao descumprimento de um acordo feito pelo estado, intermediado pelo Tribunal de Justiça.
“Nós fizemos um movimento de greve em 2016, que gerou um dissídio coleto. Foram feitas algumas audiências na Justiça, nas quais o estado se comprometeu a fazer o enquadramento da enfermagem e a dar o reajuste de 37%, correspondente às perdas salariais acumuladas nos últimos anos. Além disso, o governo prometeu cumprir o plano de carreira e salário, mas nada disso foi cumprido. Então, o que estamos fazendo é a continuação do movimento do ano de 2016”, afirmou Cleane Soares.
No dia 19 de março foi realizada uma reunião com o secretário de Saúde do Estado, Florentino Neto, na qual a categoria voltou a apresentar todas as suas demandas, destacando que seria realizado um movimento de greve caso as medidas não fossem adotadas. Na ocasião, segundo o sindicato, o secretário solicitou um prazo até o dia 27 de março para dar uma resposta aos profissionais da enfermagem, o que acabou não ocorrendo.
“No dia 28 foi realizada uma assembleia com a categoria e informado que o estado não havia apresentado nenhuma proposta. Então, deliberamos pelo movimento de greve por tempo indeterminado. Mas temos uma reunião agendada para a quarta-feira, às 16 horas, na Secretaria de Saúde, com os secretários de Administração e de Saúde”, destaca.
O sindicato afirma que, caso as reivindicações da categoria não sejam atendidas, a greve será mantida.
Por conta do movimento paredista, os atendimentos ambulatoriais estarão 100% paralisados, os atendimentos de urgência e emergência só funcionarão com 30% do efetivo, e apenas 70% do efetivo que atua nos atendimentos de UTI (salas vermelhas) será mantido. Nos demais casos, 50% da categoria irá cruzar os braços.
Por: Isabela Lopes / Jornal O Dia
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