quarta-feira, 5 de junho de 2019

Nupevid divulga nota de repúdio sobre caso de agressão a árbitra em Parnaíba


O Núcleo das Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (Nupevid), do Ministério Público do Estado do Piauí (MP-PI), publicou Nota de Repúdio, nesta terça-feira (4), sobre o ato de agressão e violência praticado contra a árbitra Eliete Fontenele. A agressão ocorreu na noite de segunda-feira (3), durante partida de futsal na quadra da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar).

A promotora Amparo Paz, coordenadora do 
Nupevid, destaca que a árbitra apenas exercia o seu trabalho durante o ocorrido, informando que Eliete teve sua integridade física lesionada, com socos no rosto, pelo acadêmico de Engenharia de Pesca, Rodrigo Quixaba, após o jogador receber um cartão vermelho.

Na nota, Amparo Paz cita dados recentes que colocam o Brasil como o quinto país do mundo mais violento contra as mulheres, ressaltando a importância da educação no enfrentamento à violência de gênero.

Confira Nota de Repúdio do 
Nupevid/MP-PI na íntegra:
Nota de Repúdio

O Núcleo das Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (
Nupevid), do Ministério Público do Estado do Piauí, em nome de toda sua equipe, vem, por meio desta nota, manifestar total repúdio ao ato de agressão e violência praticado contra a árbitra de futebol, Eliete Fontenele, ocorrido na noite de segunda-feira (3), enquanto apitava uma partida de futsal na quadra da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar).

Eliete teve sua integridade física lesionada, com socos no rosto, pelo acadêmico de Engenharia de Pesca, Rodrigo Quixaba, após o jogador receber um cartão vermelho. A árbitra apenas exercia o seu trabalho!

Por oportuno, queremos destacar aqui a participação da mulher no mercado de trabalho e sua busca por mais espaço e respeito, incluindo carreiras que antes eram consideradas apenas para homens. Desta feita, não vamos permitir, de modo algum, que a falta de respeito, o machismo e o preconceito pela condição de gênero, a condição de ser uma mulher, retrocedam as conquistas já alcançadas.

Claro que ainda temos muito a avançar. O Brasil é o quinto país do mundo mais violento contra as mulheres, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). Somente a garantia dos direitos humanos das mulheres, com a plena efetivação da Lei Maria da Penha e uma educação que favoreça uma cultura não sexista, de enfrentamento ao machismo e à violência contra as mulheres e meninas, poderá mudar essa triste realidade.

Portanto, lamentamos esse triste e vergonhoso fato ocorrido em Parnaíba. Ao mesmo tempo que também manifestamos nossa solidariedade e o apoio desse Núcleo à Eliete Fontenele.
Reiteramos que o fim da cultura de violência contra as mulheres e a emancipação feminina são pressupostos para a construção de uma sociedade mais justa. E finalizamos esta nota pedindo o que nos é de direito: respeitem as mulheres!

Amparo Paz – titular da 10ª Promotoria de Justiça e Coordenadora do NUPEVID

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