Nesta quinta-feira (20) é comemorado o Dia do Disco no Brasil. A data, criada em homenagem ao músico Ataulfo Alves, celebra essa mídia, desenvolvida no final da década de 1940, que se tornou menos utilizada com o surgimento de outras tecnologias, mas que ainda é uma paixão para muitos, como para o empresário piauiense Galvão Júnior, de 53 anos, que transformou o amor pelo vinil em negócio.
“Coleciono vinis desde a década de 80, quando tinha 14 anos. Com o desenvolvimento dos CDs deixamos os discos de lado, mas em 2010 por aí eu consertei um toca-discos e voltei a ouvir. Como eu tinha discos repetidos, e alguns que as pessoas procuravam, resolvi vender mercadorias online", contou ao g1.
A partir daí o empresário viu uma oportunidade e foi expandindo o negócio. "Senti a necessidade de ter um espaço físico, já que muitas pessoas aqui procuravam, de vários estilos. Hoje, o sebo Vapor Barato funciona somente online, mas pretendo abrir novamente um espaço físico em breve”, informou.
O colecionador relatou que há um grande público interessado em vinis e que hoje vive da venda de disco. Atualmente, o sebo dele tem cerca de três mil discos à venda e ele chega a comercializar, em média, 100 LPs por mês. Sobre os valores, Galvão explicou que variam conforme o artista e raridade.
“Às vezes vendo também pequenos lotes de 10 a 15 discos, mais acessíveis. Sobre os preços, eles variam muito. Tenho, por exemplo, discos de R$ 20,00 e outros de mais de R$ 1.000. Então, às vezes, posso faturar cerca R$ 5.000 vendendo 20 discos, e, às vezes, vendo 150 vinis e pequenos lotes e faturo a metade disso, depende muito do valor individual”, explicou.
Quando questionado sobre qual foi o disco mais caro que já vendeu, o proprietário do negócio lembrou que em setembro de 2022 vendeu um vinil do álbum “Feelings”, de Jay Richford & Gary Stevan. O exemplar foi comercializado por R$ 5.000.
O teresinense Guilherme Cerqueira, de 39 anos, é DJ e coleciona vinis desde 2013. Ele contou que deve ter cerca de 500 discos em casa e que muitos materiais presentes nos discos não estão disponíveis na internet.
“Coleciono os discos desde 2013, pois gosto da sonoridade e da estética dos vinis e das capas. Além disso, tem muito material que não consigo encontrar em CDs ou na internet. A minha coleção é voltada para a música brasileira, especialmente para o Black Music Brasileira, Reggae e Rock”, disse o DJ.
Guilherme pontuou ainda que os discos mais raros são difíceis de encontrar em locais físicos da capital, mas aqueles que fizeram um grande sucesso podem ser localizados.
“Em Teresina é possível encontrar bastante coisa, principalmente coisas mais comuns, aqueles discos que fizeram muito sucesso e tiveram uma prensagem grande, então você vai encontrar com facilidade”, concluiu.
Na capital, a paixão pelos disco já inspirou projetos como o Clube da Radiola, desenvolvido em 2015 pela Secretaria de Cultura. No evento, as pessoas puderam levar seu vinil para tocar no Clube dos Diários. A ação durou até o ano de 2018, e até o momento não tem previsão de retorno.
Houve ainda o Bolachada, evento promovido pela Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves (FMC) em 2022, que reuniu colecionadores de vinil no Complexo da Ponte Estaiada.
Ao g1, o presidente da FMC, Enio Portela, declarou que o retorno do evento está no calendário da Fundação. O projeto ‘Bolachada’ deve acontecer novamente em julho, ou no segundo semestre de 2023.
G1 Piauí: *Estagiária sob a supervisão de Lucas Marreiros.
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